A Annetta
Nossa história: um pouco sobre a idealização e fundação da Annetta.
Para identificar as características que definem o comportamento de uma empresa, devemos conhecer sua história, sua razão de existir e seus objetivos. Uma empresa familiar não tem necessidade de recorrer a livros de história para motivar seus membros e as gerações futuras, basta recordar sua própria história ou a de seus fundadores.
Quase sempre a história do fundador-empreendedor está carregada de um forte simbolismo que constitui seus valores e identidade que transita entre os membros, incorporando à própria cultura organizacional.
Ao revisitar as lembranças, mantemos a nossa visão e reforçamos o compromisso com o projeto familiar, no qual a participação ativa dos proprietários da empresa ajuda a garantir seu bom rendimento.
A história de Annetta está diretamente ligada ao pioneirismo de um homem que ultrapassou as fronteiras físicas de sua terra natal para trazer para o Brasil a mais alta tecnologia em tintas e revestimentos.
Miguel Eugênio Annetta nasceu em 1935 na cidade de Buenos Aires, Argentina, no mesmo ano em que morria a maior figura popular do país: o músico Carlos Gardel. Durante sua infância e adolescência Miguel residia no tradicional bairro de Flores… lá entre brincadeiras e os estudos, notícias da segunda guerra chegavam tardiamente. Aficionado por esportes, praticava natação e futebol e assistia aos jogos do seu time de coração: Boca Juniors.
Desde muito jovem se interessou pela ciência, especialmente a química. E com o esforço de seu pai, Gabriel Annetta, alfaiate, frequentou a Escola Industrial da Nação, Otto Krause, completando assim, o curso de Química Industrial.
Após sua primeira formação iniciou Engenharia Química na Faculdade de Engenharia da Universidade de Buenos Aires. Por lá, Miguel se destacou por sua criatividade, iniciativa e espírito de liderança.
Desde muito cedo, começou a trabalhar, conseguindo assim, uma oportunidade na empresa de tintas Alba, onde se destacou rapidamente no laboratório. Logo depois, em 1960, foi enviado pela empresa do grupo Coral, ao Brasil, com a tarefa de introduzir no mercado nacional os primeiros Acetato de Polivinila (PVA) para a construção civil.
Em contato com o mercado brasileiro, surgiram desafios, principalmente ambientais, os quais enfrentou com coragem e visão de futuro.
Deste modo, Miguel iniciou sua relação com a pesquisa e a busca por novas tecnologias, para solucionar os problemas do dia a dia profissional.
Em solos nacionais, naquele momento se utilizavam tintas, massas, seladoras, fixadores a óleo e tintas látex formuladas com compostos altamente caseína. Assim, pensando em inovação e segurança Miguel ajudou a idealizar as tintas Coralar, Coralatex e Coralmur e posteriormente as massas, seladores e fixadores a base de água.
De volta à Argentina, em 1965 foi contratado pela empresa familiar de tintas gráficas MILUZ, de Buenos Aires. Em pouco tempo se converteu a líder do mercado de tintas automotivas e uma das principais fábricas de tintas imobiliárias.
Por meio da Miluz, ele teve contato novamente com o Brasil, para desenvolvimento dos esmaltes metálicos utilizados na fabricação de carros. Neste período, adquiriu grande experiência nas viagens realizadas a plantas situadas na França, Alemanha e Estados Unidos, com a finalidade de trazer novas tecnologias para a empresa.
Em 1974, devido a grave situação política na Argentina, teve que abandonar o país. Entre as várias ofertas de trabalho, elegeu assumir o projeto de uma nova empresa de tintas no interior de São Paulo, a Sumaré Tintas, onde fundou e dirigiu tecnicamente esta companhia até o final da década de 90.
Nos anos 70, dando prosseguimento ao pioneirismo, colocou no mercado brasileiro os produtos anticorrosivos. Nesta época o Brasil dava os primeiros passos para a utilização deste tipo de materiais na área de tintas e revestimentos.
Produtos estes ainda hoje utilizados pela Petrobrás em plataformas e plantas. A Sumaré Tintas utilizava a tecnologia contratada da Carboline, empresa americana especializada em tintas de alta performance.
Para conhecer e nacionalizar os produtos, o Sr. Miguel viajou muitas vezes aos Estados Unidos, tendo estabelecido contato com o proprietário-fundador da companhia americana e pioneiro mundial dos revestimentos de alta performance, o Sr. Stanley Lopata.
No Brasil até então se usavam fundos a base de zarcão-óleo vegetal e esmaltes sintéticos, para o combate anticorrosivo na manutenção industrial. E logo depois, foram incorporados os revestimentos de etil silicato de zinco, o primeiro mastic epóxi, poliuretanos alifáticos e fundos e acabamentos epóxi.
A empresa Sumaré, vendia suas novas tintas à Petrobrás e em pouco tempo estes produtos deram origem às normas mais conhecidas e até hoje referência. Tudo isso, foi seguido da criação das tintas de altos sólidos e das tintas à base de água, reiterando novamente a liderança tecnológica do mercado brasileiro.
Desse modo a Sumaré Tintas, hoje uma divisão da empresa americana Sherwin Williams, se tornou líder do mercado de tintas anticorrosivas no país na década de 90.
Miguel Eugênio Annetta, após seu período na Sumaré Tintas e quando imaginava que fosse iniciar sua aposentadoria, adoeceu com uma condição extremamente rara em homens, o câncer de mama. Infelizmente, durante sua carreira, ele ficou exposto continuamente a solventes, aditivos e pigmentos inorgânicos, os quais continham em sua composição compostos como o Cobalto, Chumbo, Cádmio e outros que, hoje, são sabidamente carcinogênicos.
Após sua recuperação, seguindo as tendências e as demandas do mercado nacional, no ano 2000 Miguel Annetta iniciou a construção da fábrica Annetta Indústria Química, em Ouro Fino (MG), com o objetivo de colocar no mercado brasileiro produtos de alta tecnologia em tintas e seguros, livres de metais pesados e outras substâncias cancerígenas, promovendo o surgimento de uma opção para substituir as importações de vários insumos.
A experiência acumulada ao longo dos anos possibilitou que além da alta tecnologia na fabricação de corantes e resinas para a indústria de tintas, Annetta passa a dar consultoria aos fabricantes de tinta do país, possibilitando-lhes melhorar a qualidade dos produtos com preços acessíveis.
Finalmente, depois de observar que o mercado de tintas especiais continuava carente de soluções para as necessidades de mudanças e adequações às novas exigências técnicas e ambientais, decidiu fabricar novamente este tipo de produto.
Para fazê-lo teve que aumentar sua capacidade produtiva, construindo um novo galpão para estoque de seus insumos e produtos acabados.
Desse modo, chegamos na etapa atual em que a empresa oferece soluções aos máximos desafios industriais, é pioneiro de mercado com sua linha de tintas higiênicas, essenciais para o uso em hospitais, indústrias alimentícias e outros locais públicos, e especialista no desenvolvimento de corantes para o mercado imobiliário ou industrial.
Tudo isso através de produtos livres de substâncias cancerígenas, filosofia marcada e controlada desde a fundação da empresa, gerada num conceito vanguardista de acordo aos novos critérios ambientais vigentes no primeiro mundo.
Assim a empresa continua seguindo os conceitos que predominaram na trajetória de seu fundador: observar os problemas existentes transformando-os em desafios e encontrar as soluções, através da pesquisa das novas tecnologias ou buscando variantes tradicionais, respeitando o meio ambiente e a saúde dos usuários.
Só um homem com a história de vida, a experiência e a sabedoria do Sr. Miguel poderia montar uma empresa nos moldes atuais da Annetta, Corantes e Tintas Especiais.